Aumento do preço da gasolina, por que só agora?

Depois de muito tempo sendo anunciado, finalmente o não tão esperado aumento da gasolina saiu.

O Governo dava pistas de que o aumento sairia mesmo, mas não dizia quando. Aliás, diziam que o aumento era necessário para que a Petrobras retomasse a sua capacidade de investimento. No entanto, este aumento segundo especialistas, já deveria ter sido anunciado há muito tempo. Porém, como tentativa de manter o controle da inflação, o Governo postergou o aumento e só agora anuncia o reajuste de 3% para a gasolina e 5% para o óleo diesel nas refinarias. Para o consumidor o reajuste deve ficar entre 2% e 4%.

Mas será por que o Governo esperou a eleição passar e a poeira baixar para anunciar o aumento. Medo de perder votos? Se realmente o preço da gasolina está dando prejuízos para a Petrobras por que este aumento não saiu antes? A tendência é que ocorram novos aumentos para compensar esta defasagem.

O reajuste pode parecer pouco, mas a questão é que o consumidor não vai ao posto de combustíveis para comprar 1 litro de gasolina, tem gente que gasta centenas de litros por mês porque trabalha com o automóvel. Por isso por menor que seja, o reajuste tem impactos no bolso do consumidor e na inflação.

Quem tem a opção de abastecer com álcool certamente irá fazer isso, pelo menos enquanto for vantajoso, ou seja, onde o álcool está custando no máximo 70% do preço da gasolina.

Porém se todos preferirem o álcool logo faltará produto no mercado, assim o consumidor será obrigado a usar gasolina. Aliás, a falta de incentivo a produção de álcool tem um motivo, manter a venda de gasolina em alta, afinal o álcool não é feito de petróleo.

 

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Salário mínimo de 2015 deve ser de R$ 788,00

A proposta orçamentária do Governo prevê um salário mínimo de R$ 788,00 a partir de janeiro de 2015.

O reajuste previsto é de 8,8%, ou seja, um pouco acima da inflação.

Salário mínimo 2015

Salário mínimo

Certamente que para muitos trabalhadores que recebem apenas um salário mínimo mensalmente este valor faz um pouco de diferença. Porém, analisando os dados friamente este aumento é completamente insignificante e brinca com a cara do trabalhador. Isso quando dizem que o Governo continua com a política de valorização do salário mínimo. Logo se o salário mínimo terá reajuste de 8,8% e a inflação acumulada do ano em 2014 deve ficar em 6,5%, o salário mínimo terá um reajuste real de apenas 2,3%. O resto é apenas a correção da inflação. O reajuste total seria de R$ 64,00, porém o ganho real do trabalhador seria de apenas R$ 16,00 aproximadamente.

Na verdade continua sendo um verdadeiro milagre conseguir viver com apenas um salário mínimo. Principalmente quando analisamos os princípios da nossa Constituição Federal:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

 IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
Os reajustes periódicos existem, porém garantir o que está na Constituição Federal ainda é uma utopia.

20 anos de Plano Real

Plano Real 20 anos

20 anos do Real

No último dia 1º de julho o Plano Real completou 20 anos. Os mais jovens já não devem lembrar de como era nosso país antes da implantação do Real. Muitos ainda nem tinham nascido na época e não viveram o horror do aumento de preços. A hiperinflação era o fantasma dos brasileiros, os preços mudavam de uma hora para outra, deixar para comprar no próximo dia não era boa ideia, o dinheiro de hoje não tinha o mesmo poder de compra de amanhã.

Deixar o dinheiro fora do Banco era quase a mesma coisa que perder dinheiro com o bolso furado, a poupança tinha rendimentos espetaculares, porém, era apenas ilusão. O rendimento apenas mantinha o valor do dinheiro, mas era uma boa opção para quem tinha um pouco de dinheiro e queria fazer economia.

Hoje 20 anos após a implantação do Real temos uma inflação estável, a inflação não acabou, e não acredito que isto um dia irá acontecer. Porém, nestes vinte anos o povo brasileiro deixou de se preocupar com o aumento dos preços exageradamente. A inflação existe, mas não assusta como antigamente.

O rendimento da poupança apesar de ainda ser uma boa opção para pequenos poupadores, já não é a única salvação. Existem outras aplicações que rendem mais, porém, para os mais cautelosos a poupança continua atraente, mesmo com rendimentos bem pequenos.

O salário mínimo era na época de R$ 70,00, hoje vinte anos depois o salário mínimo é de R$ 724,00. Por mais que exista inflação, o salário mínimo foi corrigido ano a ano e até mesmo um pouco acima da inflação. Sabemos que o salário mínimo ainda está muito aquém das necessidades dos trabalhadores, principalmente se observarmos a nossa Constituição Federal.

Muitos criticaram o Plano Real, mas tiveram que dar o braço a torcer, afinal vinte anos é bastante tempo. Pode não ter resolvido todos os problemas econômicos do Brasil, mas realmente foi um plano que deu certo.

Reajuste da Tabela do Imposto de Renda

Imposto de Renda

No último dia 1º de maio a presidente Dilma anunciou o reajuste da tabela de Imposto de Renda em 4,5%, mais uma vez um reajuste abaixo da inflação como tem ocorrido nos últimos anos.

A desculpa esfarrapada do Governo é de que 4,5% é a estimativa de inflação para o ano de 2014. Pois bem, a inflação em 2013 foi de 5,91% e em 2014 também deve ficar acima do que está previsto. Assim o reajuste abaixo da inflação faz com que cada vez mais pessoas paguem imposto de renda. Atualmente quem ganha até R$ 1.787,77 mensais paga imposto de renda, com o reajuste pessoas que recebem até R$ 1.868,22 ficam isentos do Imposto de Renda.

Se a correção fosse de acordo com a inflação todos os anos, este valor seria muito maior e assim muitas pessoas que hoje pagam imposto de renda estariam isentas.

O Governo diz que mesmo com este reajuste abaixo da inflação os cofres públicos terão um custo 5,3 bilhões, certamente é mais uma história para boi dormir.

A cada ano vemos a arrecadação de impostos aumentarem no país. Enquanto isto o Governo concede aumento acima da inflação para o Bolsa Família (vulgo bolsa miséria), o Governo também diz que isto custará aos cofres públicos 1,7 bilhão em 2014 e 2,7 bilhões em 2015. Certamente uma maneira de garantir o seu eleitorado para a eleição deste ano. Ou alguém acredita que alguém que recebe bolsa família deixará de voltar em Dilma?

Leia: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,aumento-de-10-do-bolsa-familia-e-passo-populista-diz-financial-times,1161028,0.htm

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,reajuste-do-bolsa-familia-custara-ao-governo-r-1-7-bilhao-este-ano,1161516,0.htm

A Ilusão do Reajuste Anual do Salário Mínimo

salário mínimo

Salário Mínimo

Desde a implantação do Plano Real no Ano de 1994 o salário mínimo tem tido um reajuste anual para repor as perdas da inflação e aumentar o poder de compra dos trabalhadores. Já houve ocasiões em que o salário mínimo teve reajuste de 20% como ocorreu no ano de 2003 onde o salário mínimo era de R$ 200,00 e passou para R$ 240,00. Reajuste de mais de 16% no ano de 2006 quando o salário mínimo do ano anterior era de R$ 300,00 e passou para R$ 350,00. Um aumento de mais de 14% em 2012 quando o salário mínimo era de R$ 545,00 e passou para R$ 622,00.

No entanto, esses aumentos bem acima da inflação são coisa do passado. Nos anos de 2013 e de 2014 o salário mínimo aumentou pouca coisa acima da inflação, ou seja, o aumento apenas manteve o poder de compra que o trabalhador já tinha. Em 2013 o salário mínimo foi reajustado em 9% aproximadamente, sendo que a inflação de 2012 ficou perto de 6%. Em 2014 o reajuste foi de menos de 7% sendo que no ano anterior a inflação ficou perto de 6%.

Já existe uma previsão de aumento para o ano de 2015, no entanto, o aumento previsto está em menos de 8%. Mais uma vez um pouco acima da inflação. A previsão é de que o salário mínimo em 2015 seja em torno de R$ 779,00.

Como se observa pelos números, o reajuste do salário mínimo nos últimos anos tem sido basicamente para repor as perdas da inflação e o poder de compra não aumentou praticamente nada.