Usina Hidrelétrica Teles Pires: o progresso no meio da floresta amazônica

Usina Teles Pires

Teles Pires

Desde o mês de agosto de 2011 está em construção a Usina Hidrelétrica Teles Pires que está localizada em rio de mesmo nome. Fica localizada no norte de Mato Grosso, mas precisamente entre os municípios de Paranaita – MT, Alta Floresta – MT e Jacareacanga – PA.

A obra com orçamento de aproximadamente 4 bilhões de reais deve começar a gerar energia já no início de 2015 e sua construção deve ser finalizada ainda no ano de 2015.

Esta grandiosa obra trouxe o progresso para a região, aproximadamente 5.000 pessoas estão trabalhando na obra atualmente. Todas estas pessoas aqueceram o comércio da região. Uma obra de asfalto que liga Alta Floresta a Paranaita foi concluída no fim de 2013, num total de 38 Km de pavimentação, esta obra era anseio da população desde a sua fundação nos anos 80.

Para facilitar a construção da usina a Odebrecht que é responsável pela obra construiu uma ponte que cruza o Rio Teles Pires, ligando o Estado de Mato Grosso ao Pará. A ponte tem 200 metros de comprimento e mão dupla construída com ferro e concreto.

A Usina Teles Pires terá capacidade para produzir 1.820 Megawatts, energia suficiente para uma cidade como o Rio de Janeiro.

Além da Usina Teles Pires existe outra usina em construção no município de de Colíder no mesmo Rio Teles Pires, outra deve ser construída no município de Sinop, outra em Apiacás e ainda a Usina de São Manoel .

Certamente existem muitas pessoas que são totalmente contra estas obras, mas são necessárias. Será que alguém que é contra estas obras quer abrir mão de sua TV, computador, ar-condicionado, geladeira, forno elétrico, etc. Acredito que não.

Esta semana a Companhia Hidrelétrica Teles Pires promoveu seu Seminário Anual de Resultados dos Programas Ambientais no qual eu estive presente. O encerramento do primeiro dia em Alta Floresta contou com a participação do jornalista econômico Paulo Henrique Amorim da Rede Record, que inclusive visitou as obras da usina.

É impressionante a quantidade de programas que são realizados pela companhia para reduzir os impactos causados pela construção da usina. Controle da qualidade da água, da contaminação do solo, abalos sísmicos que podem ocorrer por causa da usina, coleta de plantas e sementes, produção de mudas para povoar as áreas que já estão liberadas, monitoramento da fauna, identificação de novas espécies, etc.

Só mesmo vendo para acreditar na quantidade de ações que uma obra dessas desenvolve durante sua construção e depois vai gerar energia para o desenvolvimento do Brasil.

Fonte da imagem: http://www.uhetelespires.com.br/site/wp-content/uploads/2014/01/07.-Circuito-de-Gera%C3%A7_o-Tomada-d%C3%A1gua-Vista-geral-de-montante-do-andamento-das-obras-civis.jpg

Publicidade

Rio + 20: será que sairá do papel?

Rio + 20

20 anos após a Eco 92 líderes mundiais se reúnem para discutir novamente o futuro do planeta na Rio + 20, daquilo que foi discutido e aprovado na Eco 92 pouca coisa foi realmente colocada em prática. Aliás, não seria necessária a Rio + 20 se todas as ações da Eco 92 tivessem sido colocadas em prática.

Para discutir ações que realmente podem salvar o futuro do planeta, os países desenvolvidos, principalmente os mais consumistas precisam mudar a sua cultura. O aumento da população mundial é outro fator preocupante, o ideal seria que a população parasse de aumentar. No entanto, mais preocupante ainda é o consumismo, as pessoas muitas vezes não consomem por necessidade, mas apenas para satisfazer o seu ego. Como exemplo gosto de citar o caso dos celulares no Brasil, existem mais celulares do que habitantes no país. Pela lógica diríamos que o mercado está saturado, e não é possível vender mais celulares por aqui. No entanto, com incrível rapidez surgem novas tecnologias e novos modelos de celulares. Assim as pessoas abandonam modelos em perfeito funcionamento para adquirir um modelo novo. A mesma coisa acontece com os computadores, a tecnologia evolui tanto que os computadores se tornam obsoletos e as pessoas são obrigadas a descartar equipamentos que ainda funcionam.

O país mais poluidor e mais consumista do mundo simplesmente se recusou a assinar um protocolo de intenções para diminuir a emissão de poluentes na atmosfera. Isto não apenas por demandar altos investimentos, mas porque também causaria impactos negativos na economia do país.

Neste contexto, ações para reduzir os impactos ambientais só terão resultados quando as pessoas tiverem consciência de que só precisam comprar por necessidade e quando os países deixarem o crescimento em segundo plano. Afinal, se continuar como está chegará o dia em que os países simplesmente não terão mais como crescer por falta de recursos naturais.

Leia também: Será que é possível mesmo existir desenvolvimento sustentável?

Desenvolvimento Sustentável

Principalmente nas décadas de 60 e 70 o Governo brasileiro incentivou a população a migrar principalmente da região Sul do Brasil para a Região Amazônica, com o lema “integrar para não integrar”. Mais precisamente falando de Mato Grosso, a parte norte do Estado era praticamente desabitada, nos anos 70 foram fundadas cidades como Sinop, Alta Floresta e posteriormente várias outras como Colíder, Guarantã do Norte, Matupá, Marcelãndia, etc. Em pouco mais de 30 anos de existência Sinop se tornou a maior cidade do norte mato grossense ultrapassando o número de 100.000 habitantes, Alta Floresta por estar mais ao norte e por não possuir áreas para grandes plantações, cresceu menos em termos de habitantes, tendo 50.000 aproximadamente.
Analisando apenas essas duas cidades percebemos que um local onde 40 anos atrás não existia nada além de floresta, hoje existem mais de 150.000 pessoas vivendo. A ideia era essa, colonizar a região, o problema é que na época o Governo incentivava o desmatamento, a princípio os colonizadores eram colonos do Sul, então obviamente eles viveriam da agricultura, mas principalmente em Alta Floresta, os agricultores não tiveram assistência técnica e a agricultura principalmente de café, não teve sucesso. Para abrir áreas para o plantio era preciso derrubar a floresta, então empresas madereiras se instalaram na região e começaram a comprar a madeira dos colonos, por um preço muito baixo, pois eles precisavam derrubar a floresta e não possuíam maquinários. O Governo apenas deu o aval para desmatar, depois veio outro e mudou o código florestal e transformou os agricultores em criminosos. Ninguém pensou que um dia essas cidades precisariam de uma maneira diferente para se sustentar, sem que fosse preciso desmatar. Ninguém pensou que o reflorestamento com fins comerciais seria uma alternativa para a região. A criação de gado se tornou um ponto forte da região, mas para isso acontecer também foi preciso abrir muitas áreas de floresta. A produção extensiva de gado exige muita área desmatada, mas investimentos em pecuária intensiva poderiam ser a solução para aumentar a produção sem necessidade de fazer desmatamento. Essa região é muito criticada, mas isso tudo é obra do Governo que não soube planejar o desenvolvimento sustentável da região.