Um país que está gastando bilhões com as obras para a Copa do Mundo e Olimpíadas investe migalhas na saúde de sua população. Recentemente vi uma reportagem sobre a situação lastimável dos hospitais universitários no Brasil. Hospitais sem médicos, sem medicamentos, sem higiene, sem condições de realizar cirurgias agendadas, em fim, um verdadeiro caos.
O Governo agiu rápido e liberou 101,5 milhões para 45 hospitais universitários do país, dividindo em partes iguais são pouco mais de 2 milhões por hospital. Uma quantia insignificante para um país que está investindo bilhões para viabilizar a Copa do Mundo de 2014. Tem estádio que deve custar perto de 1 bilhão de reais.
As obras para a Copa são prioridade, possuem prazo e os recursos serão viabilizados a qualquer custo para cumprir o acordo com a FIFA. Já a saúde pode ficar em segundo plano, os recursos só são liberados quando o caos está instalado. Sendo assim o Governo faz economia e sobra mais para investir na Copa. Concordo que as obras de infraestrutura nas cidades sede vão trazer melhorias para a qualidade de vida da populção local. O problema é este, apenas para a população local, a população do interior não ganha nada com a Copa. E os estádios, quantos hospitais e escolas poderiam ser construídos com o dinheiro de um único estádio.
Sempre fui um crítico ao Governo Lula por causa dessa história de que o país esta em ordem “a casa está arrumada”, e o Governo Dilma segue pelo mesmo caminho. É hipocrisia dizer que o país está bem quando na verdade está uma bagunça. A corrupção continua em destaque, a saúde, a educação, a segurança deixam a desejar. E mesmo assim a mídia diz que a aprovação do Governo está em alta.
A saúde pública é dever do Estado, mas os prazos para investimento são empurrados até onde é possível, pena que a saúde não é apenas um evento mundial como a Copa do Mundo.